quinta-feira, março 25, 2010

Como vela em Mucuripe

Em visita a meus sogros que viveram uma temporada em Fortaleza, decidi conhecer Mucuripe. Eram seis da manhã. O sol mal havia despontado no horizonte e a feira de pescados já estava posta. Higiene, em definitivo não havia ali. Mas ainda assim a exuberância de alguns espécimes mexia com a imaginação e atiçava o paladar desavisado. O alvoroço parecia principiar algum tumulto. E os maiores gritos nem sempre se faziam com a melhor oferta. Alguns já aninhavam suas jangadas na areia enquanto várias velas ainda se confundiam no horizonte. Imerso em imaginação e alheio ao movimento, um moleque brinca sobre o velho saveiro que jaze ali por perto. E atado ao mastro, o mestiço voa leve como vela em Mucuripe.


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