segunda-feira, junho 21, 2010

Copa do meu Mundo


Era junho de mil novecentos e noventa. O frio da madrugada e o sereno gelado eram de doer os ossos. Ainda assim, declinei de acompanhar meu pai e meu avô que iam no conforto (conforto?) da cabine e não abri mão de ir na carroceria do velho caminhão junto a meus tios que àquela época eram meus ídolos maiores. Naquela noite não compreendi muito bem o porquê de tamanho alvoroço, nem aquela bandeira enorme flamulando atada ao gigante do caminhão. Hoje sei que se tratava de mais uma Copa do Mundo em que o Brasil não seria campeão. Mas aquela ainda era uma noite de vitórias. E cada grito de gol que saia chiado do radinho de pilhas era comemorado por meus tios com um rajada de foguetes que clareava a escuridão da noite sem luar. Divertíamo-nos vendo o gado à beira da estrada fugindo assustado enquanto meu pai bronqueava com a gente. Aninhado na carga de espigas de milho secas, contemplei o céu multi estrelado e desejei que aquela partida nunca tivesse fim.

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