
No domingo minha mãe me intimou a acompanhá-la em uma visita
a fazenda. Mesmo a contragosto não tive como recusar. Há muito vinha inventando
desculpas para me esquivar dessa empreitada. Fomos à fazenda e tudo corria bem.
Tudo indicava que o dia terminaria dentro da mais pura normalidade. Quanta
ingenuidade. Idas à fazenda dificilmente terminam com normalidade. Quando já
nos encaminhávamos para casa fomos surpreendidos por uma conhecida moradora
local que ansiava por carona. Parei o carro prontamente. Como não ajudar uma
velha conhecida? Quando ela pronunciou os primeiros versos pude notar pelo arrastar
das palavras que se encontrava um tanto embriagada. Não pude recriminá-la. Eu
mesmo ainda não estava totalmente recuperado de uma ressaca. Consequência de
uma festinha na noite anterior. Além do mais, já a conheço há quase vinte anos
e não me lembro de uma dúzia de vezes em que não estivesse alcoolizada.
Acomodada no banco de traz, batemos em retirada. De tempos em tempos notei que uma lufada de álcool tomava
conta do interior do carro. Àquela altura só passar perto de um bafômetro já
poderia levar todos nós para cadeia. Só me dei conta que a cachaceira egoísta
trazia uma garrafa de canha escondida na bolsa quando já se deliciava com o
último gole. Imagine o estrago que uma garrafa de pinga pode fazer em uma
senhora com pouco menos que quarenta quilos. Quando chegamos onde deveria ser
sua parada ela já não conseguia pronunciar uma única palavra. O endereço? Era
como se nunca estivesse estado ali. Após várias tentativas frustradas de
encontrar seu destino descemos do carro para mais uma incursão. Enquanto minha
mãe procurava em vão pelo endereço, eu estava segurando a pinguça que já não se
aguentava em pé. Notei que se encontrava meio inquieta, mas na expectativa de
descobrir seu destino não prestei muita atenção. Quando dei por mim ela já
estava com as calças na altura dos joelhos e desatou a urinar. Ali estava eu no
meio da rua de mãos dadas com uma velha bêbada, seminua e completamente
urinada. Ponderamos se devíamos deixá-la na delegacia ou despachá-la em algum
hospital. Lembro-me de ter cogitado estrangulá-la e depois desovar o cadáver
num beco escuro. Conclui que a melhor opção, se é que havia alguma boa opção,
era voltar à fazenda e entregá-la a sua família. Imprimi toda velocidade que o
bom senso e a integridade estrutural do carro me permitiam. Mas só até ouvir o
que meu cérebro se recusou a identificar como sendo um peido. Aquilo ecoo como
uma sirene de emergência. A desgraçada já estava completamente mijada... Toda
prudência me abandonou. Ignorando as imperfeições da estrada (e não eram
poucas) acelerei ao máximo. Quando finalmente chegamos de volta à fazenda e a
pé-de-cana desceu do carro, ainda teve tempo de resmungar: “Tenho que ir para
cidade.” No que depender de mim ela morrerá sem sair outra vez da roça.
Saldo da corrida:
Dez litros de gasolina: R$26,30
Lava - rápido (pintura e estofamento): R$50,00
Revisão da suspensão: R$ 300,00
Ser visto no meio da rua de mãos dadas com uma bêbada seminua e toda mijada, DEFINITIVAMENTE não tem preço.
Saldo da corrida:
Dez litros de gasolina: R$26,30
Lava - rápido (pintura e estofamento): R$50,00
Revisão da suspensão: R$ 300,00
Ser visto no meio da rua de mãos dadas com uma bêbada seminua e toda mijada, DEFINITIVAMENTE não tem preço.
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Meu amor, que viagem turbulenta, heim?
ResponderExcluirAinda bem que trabalho aos domingos! Kkkkkk...
claro q aprovo=) obrigada por fazeres referencia á minha galeria=)
ResponderExcluirbeijinho
ana dias
Nossa!!! Que inveja!!! Comentários... o sonho de qualquer blogueiro (incluindo aí os dublês como eu). É doído qdo vejo que não tenho nenhum comentário... Nem xingando (que aliás, seriam meus preferidos). Se bem que um blog na qual seu fundador tem quase 08 meses que não lembra a senha de acesso. Era de esperar o quê??!! obs.: Comentário seu não vale, não tente aplacar minha dor!!!!
ResponderExcluirLéo só tenho um comentário: Puta que pariu!!!!!!!!!!
ResponderExcluirE ainda teve que lavar o banco do carro, memso depois de tê-lo levado ao lava jato...
Adorei...
só tu mesmo, leandro.. estuda pra mexer com bicho e tem que passar por uma dessas com gente... rs.
ResponderExcluiressa deve ter sido a pior coisa que te aconteceu leo
ResponderExcluirkkkkkk
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